quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus - Reparação das Nove Primeiras Sextas-Feiras



A devoção ao Sagrado Coração está intimamente ligada a Santa Margarida Maria Alacoque. Essa grande Santa religiosa nasceu em Verosvres (França), em 22-7-1647, e três dias depois recebeu o batismo. Ainda muito pequena, a menina Margarida Maria rezou certo dia:

Ó meu Deus, eu Vos consagro minha pureza
e Vos faço o voto de castidade perpétua.


Quando contava oito anos, devido à morte de seu pai, passou dois anos como aluna no convento das clarissas, em Charolles, e fez ali sua primeira comunhão. Como um indício da grande vocação religiosa a que ela era chamada, é oportuno lembrar um fato de sua vida: muito devota da Santíssima Virgem, rezava todos os dias o terço de joelhos. Mas um dia o rezou sentada. Nossa Senhora apareceu-lhe e a repreendeu:


“Estranho muito, minha filha,
que me sirvas com tanto desleixo”.


Mais tarde, quando manifestou a familiares seu desejo de ser religiosa, esses pressionaram-na para que entrasse no convento das ursulinas. Ela respondia:


“Eu quero ir às visitandinas, em um convento bem longe,
onde não tenha nem parentes nem conhecidas, porque
não quero ser religiosa senão por amor de Deus”.


Afinal, aos 24 anos, seu desejo se cumpriu, depois de 10 anos de provações. Entrou no convento das visitandinas de Paray-le-Monial da Ordem da Visitação de Santa Maria — instituição religiosa fundada por São Francisco de Sales (1567-1622) e Santa Joana de Chantal (1572-1641).


Esse convento francês fora escolhido por Nosso Senhor para, a partir daí, mais intensamente expandir pelo mundo inteiro a devoção a seu Sacratíssimo Coração.  O Divino Redentor quis servir-se da santa religiosa visitandina para difundir universalmente a devoção. Após sua morte, em 1690, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus estendeu-me muito, não apenas na França, mas por outros países. Foi canonizada em 1920, pelo papa Bento XV.



Revelação


A chamada Grande Revelação foi feita a Margarida Maria durante a oitava da festa do Corpus Domini de 1675. Mostrando o seu Coração divino, Jesus confiou à Santa: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares. Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.


Jesus apareceu-lhe numerosas vezes de 1673 até 1675. Dos seus colóquios com Nosso Senhor distinguem-se classicamente 12 promessas. Eis alguns extratos da Mensagem do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria:

“Os fiéis acharão, pelo intermédio desta devoção amável, todos os socorros necessários ao seu estado, ou seja, a paz nas suas família, o alívio nos seus trabalhos, as bênçãos do Céu em todas as suas empresas, a consolação nas suas misérias, e é propriamente neste sagrado Coração que alcançarão um lugar de refúgio durante toda a vida e principalmente na hora da sua morte”.

“O Meu divino Salvador fez-me compreender que aqueles que trabalham pela salvação das almas encontrarão a arte de comover os corações mais empedernidos e trabalharão com um êxito maravilhoso se eles mesmos estiverem penetrados de uma terna devoção ao divino Coração”.

“Asseverando-Me que Ele recebia um contentamento singular em ser honrado sob a figura deste Coração de carne, cuja imagem desejava fosse exibida em público, com a finalidade de tocar por seu intermédio o coração insensível dos homens; prometendo-me que derramaria em abundância todos os dons que possui em plenitude sobre todos aqueles que O honrassem; e que em todo lugar em que esta imagem fosse ostentada para ser objeto de especial honra ela atrairia toda sorte de bênçãos”.

“Sinto-me totalmente imersa neste divino Coração; (…) estou como num abismo sem fundo onde Ele me revela os tesouros de amor e de graça que concede às pessoas que se consagram e sacrificam para lhe render e alcançar toda a honra, amor e glória de que são capazes”.

“Confirmou-me o contentamento que recebe em ser amado, conhecido e venerado pelas suas criaturas e tão grande que prometeu-me que todos aqueles que Lhe sejam devotados e consagrados não morrerão jamais”.

As 9 Primeiras Sextas-Feiras:




A "Grande Promessa"


Esta Grande Promessa trata-se apenas de uma das
 "12 Promessas" de Jesus aos devotos de Seu Sagrado Coração:
"Eu prometo, na excessiva misericórdia do meu Coração, que meu amor todo-poderoso concederá a todos aqueles que comungarem, em nove primeiras sextas-feiras do mês seguidas, a graça da penitência final, que não morrerão na minha desgraça, nem sem receberem seus sacramentos e que o meu divino Coração será o seu asilo seguro no último momento."




Para merecer a graça da Grande Promessa, é necessário:


Receber a Santa Comunhão na primeira sexta-feira de cada mês, por nove meses seguidos.


Para comungar é INDISPENSÁVEL estar na graça de Deus.


Quem tiver pecado grave, deve fazer voa confissão, antes de comungar. O dever da CONFISSÃO é uma lei grave da Igreja, ainda hoje em vigor.




Fundamentos da Devoção ao Sagrado Coração de Jesus




Muitos Papas recomendam esta Devoção:
 
Papa Pio XII – “Todas as Bênçãos que, do Céu, a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus derrama sobre as almas dos Fiéis, purificando-os, trazendo-lhes uma grata consolação celeste e exortando-os a alcançar todas as virtudes, são verdadeiramente inumeráveis.”

“A Igreja teve sempre em tal estima a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, e de tal modo continua a considerá-la, que se empenha totalmente no sentido de a manter florescente em todo o mundo, e de a promover por todos os meios possíveis.”

O Papa Leão XIII disse que a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus era “uma forma por excelência de religiosidade (…) Esta devoção, que recomendamos a todos, será para todos proveitosa.”

“No Sagrado Coração está o símbolo e a imagem expressa do Amor Infinito de Jesus Cristo, que nos leva a retribuir-Lhe esse Amor.”


O Papa São Gregório Magno († 604 AD) disse: “Aprendei do Coração de Deus e nas próprias palavras de Deus, para poderdes aspirar ardentemente às coisas eternas.”



O Papa S. Pio X recomendou esta devoção tal como o Papa Pio XI e como, já antes, o fizera o Bem-Aventurado Papa Pio IX.



Muitos Santos recomendam esta Devoção:
Santa Gertrudes, a Grande (1256-1302), compôs esta Oração expressando o seu Amor: “Eu Vos saúdo, ó Sagrado Coração de Jesus, Fonte viva e vivificante de Vida Eterna, Tesouro infinito da Divindade, Fornalha Ardente do Amor de Deus…”



Santa Catarina de Sena elevou até um grau extraordinário o Amor que dedicou a esta Devoção (ao Sagrado Coração de Jesus): ofereceu o coração todo inteiro ao seu Divino Esposo, tendo obtido em troca o próprio Coração de Jesus.
 

E todos os que leram a vida e a obra de Santos – como S. Francisco de Assis, S. Tomás de Aquino, Santa Teresa de Ávila, S. Boaventura, Santo Inácio de Loyola, S. Francisco Xavier, S. Filipe de Néri, S. Francisco de Sales, S. Luís Gonzaga … – poderão ver a terna devoção, a admiração e a adoração que estes Santos dedicavam ao Sagrado Coração de Jesus. Mas, acima de todos, recordemos a vida de Santa Margarida Maria Alacoque e as revelações do Sagrado Coração em Paray-Le-Monial. Entre outras graças, ela recebeu do Sagrado Coração de Jesus as seguintes 12 Promessas.